Efeitos do imidacloprido sobre o comportamento das abelhas Scaptotrigona postica Latreille, 1807 (Hymenoptera, Apidae)

Autores

  • Mariana Barrotti da Silva Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • Roberta Cornélio Ferreira Nocelli Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • Hellen Maria Soares Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • Osmar Malaspina Universidade Estadual “Julio de Mesquita Filho”

Palavras-chave:

abelhas sem ferrão, reflexo de extensão da probóscide, atividade locomotora, neonicotinóide

Resumo

O imidacloprido é um neonicotinóide de ação sistêmica, agonista da acetilcolina. Em concentrações subletais, o inseticida pode afetar o forrageamento, a aprendizagem olfatória e a atividade motora das abelhas, sendo raros trabalhos do tipo com espécies nativas brasileiras, importantes na polinização de plantas silvestres e cultivadas. Para avaliar os efeitos dos inseticidas sobre o comportamento das abelhas tem sido utilizado os bioensaios de reflexo de extensão da probóscide (REP) e avaliação da atividade locomotora. Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar os impactos de concentrações subletais de imidacloprido sobre o comportamento da espécie nativa Scaptotrigona postica. Os resultados mostraram diferenças significativas nas respostas de REP das abelhas expostas às concentrações 0,42; 0,85 e 4,25 ng/μL em relação ao controle, para todas as concentrações de sacarose oferecidas. No teste da atividade locomotora, as velocidades médias das abelhas expostas às concentrações de 4,25 e 21,25 ng/μL foram significativamente menores do que os controles. O imidacloprido interferiu no comportamento da abelha S. postica, podendo dessa forma afetar o reconhecimento de fontes de alimento e a viabilidade da locomoção dessas abelhas em campo. A longo prazo, essa alteração pode comprometer o funcionamento da colônia, contribuindo para o seu declínio.

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Publicado

2016-09-29

Edição

Seção

Artigo Original